Gente




“Lembro de uma chefe que me humilhava na frente dos companheiros de trabalho e questionava minha capacidade. No início, foi difícil, mas acabei me estabilizando no emprego e mostrando o quanto era profissional”. (Entrevista em agosto de 2002 para o projeto de um vídeo sobre a mobilidade social dos negros no Brasil). 

“A novidade de tudo isso é que o cidadão comum, as pessoas, nas ruas, compreenderam. Isso é gratificante, muito gratificante". (Estadão — entrevistador: Mas, ministro, como repercutiu entre as pessoas a sua decisão?) 

Joaquim Benedito Barbosa Gomes, nasceu em Paracatu, em 07 de outubro de 1954, cidade do interior de Minas Gerais, primogênito de uma família de oito filhos, com a mãe dona-de-casa e o pai pedreiro e, mais tarde, dono de uma olaria. Lá, percebeu que só o estudo poderia mudar a sua história. Já aos 10 anos dividia o tempo entre o trabalho na microempresa da família e a escola. O saber era quase uma obsessão. 

Em uma entrevista em 2002 para o projeto de um vídeo sobre a mobilidade social dos negros no Brasil, disse que uma das piores lembranças de sua infância foi o ano em que ficou longe da escola porque a diretora baixou uma norma cobrando mensalidade. No ano seguinte, a exigência caiu e voltou à sala de aula. Estudar era a sua vida e conhecer o mundo o seu sonho. 

Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado. Durante o tempo dos estudos dividia o tempo entre os bancos escolares e a faxina no TRE do Distrito Federal. 

Um dia, o mineiro, na certeza da solidão, cantava uma canção em inglês (o domínio de línguas estrangeiras foi a engrenagem para mobilidade social) enquanto limpava o banheiro do TRE. Naquele momento, um diretor do tribunal entrou e achou curioso uma pessoa da faxina ter fluência em outro idioma. A estranheza se transformou em admiração e, na prática, abriu caminho para outras funções. Primeiro como contínuo e, mais tarde, como compositor de máquina off set da gráfica do Correio Brasiliense. A conquista não sairia barato. 

O Ministro se recorda de uma chefe que o humilhava na frente dos companheiros de trabalho e questionava sua capacidade. No início, foi difícil, mas acabou se estabilizando no emprego e mostrando o quanto era profissional. A renda aumentou, mas ainda era pouca para ele e a família lá em Minas. 

Foi trabalhar também no Jornal de Brasília acumulando dois empregos e jornada de 12 horas. Mais tarde, trocou os dois por um. Foi para Gráfica do Senado trabalhar das 23h às 6h da manhã. Depois do trabalho, a Universidade de Brasília. O único aluno negro do curso de direito da UnB tinha que brigar contra o sono e a intolerância de um professor que ao vê-lo cochilando mandava-o se retirar. 

Joaquim Barbosa continuava sonhando acordado. Prestou prova para oficial da chancelaria do Itamaraty e passou. Trocou o bem remunerado emprego do Senado por um que pagava bem menos. Mas o novo trabalho tinha uma vantagem incalculável: poder viajar para a Europa. Durante seis meses, conheceu países como Finlândia e Inglaterra. 

De volta ao Brasil, prestou concurso para carreira diplomática. Foi aprovado em todas as etapas e ficou na entrevista: a única na qual a cor de sua pele era identificada. Após esse episódio, a consciência racial de Joaquim Barbosa, que começou a ser desenhada na adolescência, ganhou contornos mais fortes. Ganhou novas cores, quando, já como jurista do Serpro, conheceu o país, especialmente o Nordeste e, em particular, Salvador. Bahia foi uma paixão a primeira vista do mineiro. Foi lá onde Joaquim Barbosa teve um contato maior com o que ele chama de "Negritude". A percepção de ser minoria entre as elites ficou ainda mais nítida fora do país. O jurista explica que o sentimento de isolamento e solidão é muito forte num "ambiente branco" da Europa. Ser uma exceção aqui e no além mar ficou ainda mais forte após o doutorado na Universidade de Sorbonne. Nessa época já acumulava títulos pouco comuns para maioria das pessoas com a mesma cor de pele: Procurador do Ministério Público e professor universitário. Antes, já tinha passado pela assessoria jurídica do Ministério da Saúde. O exercício de vencer barreira, de alguma forma, está em sua tese de doutorado, publicada em francês. O doutor explica que o seu objeto de estudo foi o direito público em diferentes países, como os EUA e a França. 

Alguns pontos de sua trajetória: Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados (1979-1984). Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade de Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da Califórnia - Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Possui fluência em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. 

Embora se diga que ele é o primeiro negro a ser ministro do STF, ele foi, na verdade, o terceiro, sendo precedido por Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921). 

Hoje, um ex-faxineiro mineiro ocupa uma vaga entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o doutor da Universidade da Sorbonne e procurador do Ministério Público Federal, aos 48 anos, para o Supremo Tribunal Federal – a Suprema Corte. O abismo social brasileiro simbolicamente ficou um pouco menor. 

O jovem negro que cuidava da limpeza do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília chegou ao topo da carreira da Justiça após quatro décadas de vitórias contra desigualdades sociais e raciais. 

Hoje, no exato momento desta postagem, ele está sendo reconhecido e reverenciado por todo um país. Todo brasileiro, nos dias que seguem ao julgamento do “Mensalão” diz uma única palavra sobre este homem: ORGULHO. Orgulho de termos um homem deste defendendo a nação no Supremo Tribunal Federal, com imparcialidade e a serviço da Justiça.

Fonte: Revista Época.
Conjur.





"Lembre-se que se algum dia você precisar de ajuda, você encontrará uma mão no final do seu braço. À medida que você envelhecer, você descobrirá que tem duas mãos - uma para ajudar a si mesmo, e outra pra ajudar aos outros." Audrey Hepburn

Audrey Kathleen Ruston, conhecida internacionalmente por Audrey Hepburn (1929-1993) foi uma atriz holandesa que nasceu no dia 04/05/1929. Audrey Hepburn é conhecida pela beleza, charme e pelos filmes que fez (Roman Holiday, Sabrina , War and Peace , Funny Face , Love in the afternoon , Green mansions , Breakfast at Tiffany's , Charade , My fair lady , Two for the road, e outros).
Mas ela considerava que seu maior trabalho foi a causa a que se dedicou antes de falecer. Ela colocou o coração nesta causa, muito antes das atrizes e atores atuais fazerem isso, porque foi ajudada no momento mais difícil de sua vida.
Abaixo segue a história pessoal de superação e solidariedade de uma estrela de primeira grandeza. Uma Mega estrela completa que o mundo jamais vai esquecer. Uma história deslumbrante, comovente e linda como ela. Audrey Hepburn é “Alguém como você”.
Desde o nascimento a vida já dava sinais de que seria difícil para Audrey Hepburn. Após três dias de nascida veio a ser considerada “morta” pelos médicos. Quando estes desistiram de reanimá-la sua mãe conseguiu fazer seu coração voltar a bater.  
Os pais de Audrey se divorciaram quando ela tinha 9 anos. Para manter a filha afastada das brigas familiares, sua mãe enviou-a para um internato na Inglaterra, onde ela se apaixonou pela dança, aprendendo balé.
Ainda muito criança viu os horrores da 2ª guerra mundial. Em 1939 estouraria a Segunda Guerra Mundial, e a Inglaterra declarou guerra à Alemanha. A mãe de Audrey decidiu então levá-la para viver na Holanda, país neutro que - ela imaginava - não seria invadido pelos alemães. Os protestos de Audrey não foram suficientes: a menina queria continuar na Inglaterra, mas a mãe temia que a cidade de Londres fosse bombardeada.
A situação na Holanda foi bem diferente da planejada. Com a invasão nazista, a vida da família foi tomada por uma série de privações. Audrey passou fome e teve muitas vezes de comer folhas de tulipa para sobreviver. Sua família foi envolvida com a Resistência, e muitos de seus parentes foram mortos na sua frente. Teve que participar de espetáculos clandestinos de balé para angariar fundos e corria constantes riscos de morte ao levar mensagens secretas em suas sapatilhas.
Com o fim da Guerra, Audrey e sua mãe mudaram-se para a Inglaterra, onde ingressou na prestigiada escola de dança Marie Lambert, pois o seu grande sonho era  se tornar bailarina. Mas sua professora foi categórica: ela era alta demais e não tinha talento suficiente para tornar-se uma bailarina prima. Desiludida, passou a trabalhar como corista e modelo fotográfica para garantir o sustento da família. Foi neste ponto que decidiu investir em outra área: a atuação. Seu primeiro filme de muitos outros, foi Roman Holiday (A princesa e o plebeu) onde teve uma interpretação brilhante e ganhou o oscar de melhor atriz. 
Em 1987 deu início ao seu mais importante trabalho: o de Embaixatriz da Unicef. Audrey, como vítima de guerra, teve o auxílio do "United Nations Relief and Rehabitation Administration" (que deu origem à UNICEF). Foi o "United Nations Relief and Rehabitation Administration" que chegou com comida e suprimentos após o término da Segunda Guerra Mundial, salvando sua vida e a de sua família.
Em 1993 foi diagnosticada com câncer de apêndice, que espalhou-se para o cólon. Faleceu no dia 20 de janeiro de 1993, aos 63 anos.

A frase que resume a história pessoal de Audrey Hapburn é esta: "Lembre-se que se algum dia você precisar de ajuda, você encontrará uma mão no final do seu braço. À medida que você envelhecer, você descobrirá que tem duas mãos - uma para ajudar a si mesmo, e outra pra ajudar aos outros." Audrey Hepburn

Superar traumas e dificuldades, ser solidário, e não deixar se enganar pela fama ou dinheiro. Isso sim é glamour.



Fonte: e-biografias.net; 65anos de cinema.pro.br




“Algo no fundo do meu caráter me permite levar os golpes e seguir em frente com a tentativa de vencer.” Lione Messi





Lionel Messi não teve vida fácil. Desde criança era muito apegado à bola, mas muito cedo lhe foram diagnosticados alguns problemas.

Aos oito anos Messi foi considerado autista. Aos onze anos foi detectado um problema hormonal que lhe retardava o desenvolvimento ósseo e consequentemente o seu crescimento. Aos treze anos, Messi foi considerado anão.

No entanto, o talento de Messi desde cedo sobressaiu  em relação aos outros meninos. Mas os pais o tiraram da equipe onde jogava porque não tinham dinheiro para pagar os bilhetes e o clube não os deixou assistir ao jogo do filho.

Aos sete anos o pai de Messi volta a inscrevê-lo para fazer aquilo que mais gostava: conduzir a bola com o seu pé esquerdo e driblar tudo e todos.
Porém, mais uma vez os diagnósticos médicos alarmaram Messi, e os custos do tratamento alarmaram seus pais. Messi tinha que fazer um tratamento durante 42 meses, que consistia em receber injeções de somatropina, um hormônio do crescimento inscrito na tabela de produtos proibidos pela Agência Mundial de Antidopagem e só autorizada para fins terapêuticos.

Os tratamentos tinham um custo de 1000 euros mensais, o que significava quatro meses de rendimentos da família de Messi, que vivia num bairro pobre de Rosário, Argentina. Durante 18 meses os tratamentos foram pagos pela fundação onde o pai trabalhava, até que um dia a fonte secou. Como o Newells Old Boys, clube onde brilhava Messi não quis pagar o tratamento, seu pai ofereceu Messi ao River Plate, e como o River mostrou interesse em Messi, o Newells voltou atrás e ofereceu 200 pesos por mês a Messi. Dinheiro insuficiente para pagar os tratamentos.

Sem tratamentos contra o nanismo, os prognósticos médicos eram arrasadores, Lionel Messi chegaria à idade adulta com 1,50 metros de altura, no máximo.

O pai de Messi não se resignou. Ele sabia que o filho, pequeno no corpo, era gigante no talento, e tinha tudo para vingar no mundo do futebol.
A famíla Messi foi mais forte, e com a ajuda de uma tia de Lionel, emigrada na Catalunha, a famíla viajou para Lérida. Nessa ocasião Messi tinha doze anos de idade. Dias depois o pequeno prodígio foi fazer testes no Barcelona, e com a bola quase a dar-lhe pelos joelhos, mas com uma enorme habilidade, logo maravilhou os treinadores do Barça.

Carles Rexah, diretor desportivo do clube, hesitava em contratar Messi, até que o viu treinar. Depois de ver o craque em ação não hesitou e tratou logo de fazer o seu contrato. Tal foi o seu espanto, quando o pai de Messi apenas pediu para que o clube pagasse os tratamentos do seu filho. Foi o que aconteceu.

Em 2003 o tratamento faria de Messi um rapagão de 1,69 metros, atual altura do prodígio.

Aos dezessete anos, Leo, o nome que lhe deram no Barça, entrou para o Barcelona B, mas só efetuou 5 jogos, o seu enorme talento reclamava maiores palcos. Rapidamente começou a jogar na equipe principal.

A 16 de outubro de 2004, o prodígio estreou na liga espanhola, num dérbi com o Espanhol. No dia 1 de maio de 2005, entrou para a história do Barça, tornando-se o mais jovem jogador a marcar um gol pelo Barcelona. Aos dezessete anos começou a lenda.

Desde então Leo tem espalhado magia pelos relvados por onde passa.

Em 2005 foi eleito Golden Boy, melhor jogador do mundo e melhor jogador do Mundial sub-20.

Em 2008/2009 foi eleito o melhor atacante e melhor jogador da Liga dos Campeões.

Em 2009 foi eleito melhor jogador da final e melhor marcador do Mundial e teve a consagração máxima, foi eleito Melhor Jogador do Mundo de 2009, com um feito inédito do Barça; Campeão de Espanha, Vencedor da Taça do Rei, Vencedor da Supertaça Espanhola, Vencedor da Supertaça Europeia, Vencedor da Liga dos Campeões e Vencedor do Mundial de Clubes.

Em 2010 e pela segunda vez consecutiva foi eleito Melhor Jogador do Mundo.

O prodígio considerado um dos melhores do Mundo, já é comparado a Maradona.

O menino que o Barça contratou pelo custo da terapia de crescimento é hoje a maior jóia do futebol mundial. O menino pobre que vivia num bairro de La Heras é hoje multimilionário. O menino que algumas equipes recusaram é hoje O Melhor do Mundo. Tudo graças ao pai que nunca desistiu do seu filho e tudo fez para conseguir que ele vingasse não só no futebol mas também na vida.

Messi deve tudo ao pai que nunca desistiu do seu sonho: curar o seu filho.



Fonte:

Futebol Total News.

www.deficienteciente.com.br



As emoções que seduzem para a desistência são fortes. Ceder à elas parece ser a solução mais fácil e menos penosa. Mas ao final, muitas vezes, desistir, é dizer adeus para sempre àquilo que se sonha. É amargar emoções que nunca passarão.

Não desista em 2012. Se já o fez, retome o caminho, se possível. Se não mais, comece a sonhar e a realizar novamente.

Raquel Michelline.




"Antes de tentarmos transformar o mundo, precisamos transformar primeiro o nosso próprio coração".


Seis anos presa pelas Farc. Quatro deles acorrentada pelo pescoço a uma árvore. A história da ex-política franco-colombiana surpreendeu o mundo e provocou uma comoção internacional. Em palestra no Brasil, ela contou detalhes dessa experiência e fez uma emocionante reflexão sobre os verdadeiros valores da vida:


Ano: 2002. A então ex-senadora e candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt percorria o país dedicada à luta contra a corrupção. Ativista ambiental e contrária ao cartel das drogas, ganhou inimigos poderosos como os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os mesmos que a sequestraram e a mantiveram prisioneira ao longo de vários anos na selva da Colômbia.

Nesse período, ela conviveu em meio à fome, à doença, às degradantes condições impostas pelos sequestradores e a incerteza de não ter um dia seguinte. Decidida a recuperar sua liberdade a qualquer custo, Ingrid tentou escapar diversas vezes, sendo constantemente recapturada pela guerrilha e sofrendo severas punições pelas tentativas.

Ano: 2008. Depois de uma ousada operação de resgate pelo exército colombiano, Ingrid Betancourt e mais 14 reféns foram libertados. Batizada de Operação Jaque, membros do exército se infiltraram dentro das Farc e realizaram um resgate de helicóptero digno dos grandes filmes de ação.

Nos últimos 24 meses, ela trabalhou no livro "Não há silêncio que não termine", o que significou voltar diariamente para suas experiências como refém. Além disso, Ingrid também é uma das palestrantes mais requisitadas no mundo e inspira a todos com sua incrível força e capacidade de dar a volta por cima.

Em uma palestra cheia de emoção e revelações marcantes, no Fórum Internacional de Gestão, Estratégia e Inovação, realizado em Natal (RN), Ingrid fez reflexões sobre liberdade, poder e a capacidade humana de enfrentar seus maiores desafios.

Experiência:

"Na realidade, aceitar o sequestro demorou muito. Sempre tive claro que eu seria libertada. Pensava: 'eles devem estar negociando', 'algo vai acontecer', 'eu ficarei livre logo'", conta Ingrid sobre o período em que ficou na selva. Mas isso não aconteceu e depois do primeiro ano com as Farc ela sabia que teria que lutar pela sua liberdade.

"Na floresta amazônica, tentei várias tentativas de fuga. Na terceira, o comandante quis me castigar [...]. Eu fiquei quatro anos com uma corrente presa no meu pescoço que ficava amarrada na outra ponta a uma árvore", descreve.

No entanto, Ingrid resistiu bravamente, lidando com a situação-limite. Ela aprendeu a negociar diariamente com os guerrilheiros, mostrando frieza e capacidade de improvisação. "Lá você perde todas as formas de agir sobre pequenos detalhes que satisfazem o essencial da vida. Tem que ter permissão para ir ao banheiro, permissão para falar com outro refém, para escovar os dentes, usar papel higiênico, tudo é uma negociação. Se sentirem qualquer resistência, você não consegue o que quer", relata.

A colombiana conta que um dos momentos mais marcantes desse período foi quando soube que seu pai, Gabriel Bittencourt, tinha falecido. "Nós comíamos basicamente arroz e feijão. No entanto, teve um dia que chegou ao acampamento repolhos que estavam enrolados em um papel de jornal. Pedimos permissão para ler o jornal e foi logo com a primeira página que soube da notícia", conta. Emocionada, ela diz que na hora pensava que morreria, mas que depois desse fato precisava ser mais forte para suportar essa situação.

Atitude:

Ingrid frisa que apesar de ter sido privada de tudo, ela tinha a liberdade fundamental de decidir como agiria e quais emoções transmitira. "Há momentos em que temos que dizer não. E apesar de sentirmos que o mundo está desmoronando, temos que dar a volta por cima [...]. É nesses momentos que precisamos sair da zona de conforto", destaca Ingrid.

E com esse pensamento, ela fez sua decisão: havia certos princípios que ela não cederia. Ela não iria, por exemplo, responder a um número - uma decisão que enfureceu seus colegas prisioneiros. Durante a contagem dos reféns pelos guerrilheiros, quando o seu número foi chamado, ela disse: "Ingrid Bitencourt! Quando você quer saber se eu ainda estou aqui, você pode me chamar pelo meu nome e eu vou responder".

Apesar de ter sido questionada pelos próprios prisioneiros sobre a atitude, ela destacou aquilo como vital para que todos tivessem consciência de que eles eram pessoas. Seu protesto deu resultado e os nomes (ao invés de números) foram aceitos pelo comandante guerrilheiro. "Podemos ser aquilo que desejamos ser. Temos que buscar aquilo que queremos ser. Essa é a melhor definição de liberdade", afirma.

Superação:

Um dos segredos de Ingrid para enfrentar essa situação foi tentar superar as adversidades."Você não domina o seu medo. Você não é capaz de dizer que não vai ter medo. Mas, mesmo assustada, você pode fazer isto e isto e isto", conta.

Longe da selva amazônica e dos guerrilheiros há três anos, Ingrid Betancourt demonstrou uma capacidade surpreendente de superação diante da plateia brasileira de dois mil participantes. Apesar de ter sofrido em cativeiro, ela afirma que não guarda rancor e declara: "antes de tentarmos transformar o mundo, precisamos transformar primeiro o nosso próprio coração".

Aprendizado:

Ingrid Bettancourt conta que sua experiência na selva trouxe uma sede de transformação e ela passou a dar mais valor para tudo no seu dia a dia – tanto às coisas grandes, quanto às pequenas. "Até a maneira de acordar pela manhã, do que eu visto, as pessoas com quem eu converso. Tem pequenos gestos que podem fazer a diferença", afirma.

E ela ensina como começar a fazer isso: "Precisamos globalizar o amor e não a violência [...]. Nós somos capazes de transformar o ambiente e isso deve começar com a própria família".

A colombiana comparou o ser humano com um enlatado, no entanto, capaz de mudar os próprios ingredientes daquilo que somos. "Nós podemos diminuir a porção da impaciência, mudar a inveja, mudar a timidez". De acordo com Ingrid, esse é o caminho para sermos pessoas melhores. 




Fonte: Por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br



“Eu me sinto simplesmente como um instrumento”. 
João Carlos Martins
João Carlos Martins, nasceu em 25 de junho de 1940 na cidade de São Paulo, e pelo que será lido adiante, o Maestro é “Alguém como você”:

Aos cinco anos de idade, João Carlos Martins fez uma cirurgia para retirada de um cisto no pescoço. A operação foi mal sucedida e as sequelas persistiram por longos dois anos. Superado o primeiro problema, de uma vida que seria atribulada, João começou a ter aulas de piano. Em apenas duas semanas, o menino já dominava a clave de sol e de fá. Foi o começo de uma carreira de sucesso que o levou aos melhores teatros do mundo.

Porém, sua história de superação estava apenas começando. Em Nova Iorque, num treino recreativo de futebol no Central Park, Martins caiu sobre uma pedra, que perfurou um nervo do braço. O músico foi submetido, então, a uma cirurgia na mão direita. Ficou um ano em recuperação, mas teve um retorno triunfal arrebatando Washington, capital dos Estados Unidos, com sua interpretação de J. S. Bach, sua especialidade.

No entanto, não demorou muito e Martins foi acometido por uma nova fatalidade. Durante o festival de Berlim de 1966, o músico foi operado do apêndice e diagnosticado uma embolia pulmonar. Foram 15 dias entre a vida e a morte, e dois meses no hospital. Mas ele ainda voltou. Voltou para parar novamente em 1970, quando as dores na mão direita não davam trégua e acabaram interrompendo a carreira do pianista mais famoso do Brasil.

Foram sete anos de tratamento para uma volta triunfal num Carnegie Hall lotado. A obra escolhida para rechear seu retorno foi o primeiro volume de “Cravo Bem Temperado”, de Bach.

Tornou-se secretário de Cultura do Estado de São Paulo, lançou um disco com músicas de Chopin e tocou enquanto seus reflexos o permitiam. Em 1985 descobre sofrer de LER (lesão por esforço repetitivo) e interrompe, novamente, sua carreira por oito anos.

Um dos piores erros do pianista foi entrar para vida política paulistana, ainda mais ao lado de Paulo Maluf. Em 1993 estoura o escândalo Pau Brasil, que é uma empresa comandada por Martins e estaria envolvida em doações ilegais às campanhas de Maluf. Porém, logo depois, é absolvido das acusações pelo Supremo Tribunal Federal.

Mas o alívio da absolvição durou pouco, no mesmo ano de 1995 João Carlos Martins reagiu a um assaltou em Sófia, capital da Bulgária, e foi agredido com uma barra de ferro, que o atingiu gravemente na cabeça. Como efeito, o músico teve o lado direito de seu corpo paralisado parcialmente.
Sem agilidade, em 1998 encerrou sua carreira em Londres, antes de passar por mais uma cirurgia na mão direita. Mas João Carlos Martins é forte e em 2000 conseguiu voltar ao piano, tocando apenas com a mão esquerda. Mas a força do pianista ainda iria ser testada mais uma vez. Dois anos depois, ele descobre, em Paris, que sofre de uma doença chamada Contratura de Dupuytren, a mesma que acometeu Leonardo da Vinci. As duas mãos ficaram comprometidas.

No ano de 2003, Martins decide estudar regência. Nesse ano ele fez outra cirurgia e ouviu dos médicos que nunca mais tocaria piano. Aos 63 anos, então, começou a estudar regência com o maestro Júlio Medaglia. Seis meses depois já estava gravando Bach com seus músicos.

Em 2004, João Carlos Martins estréia oficialmente a Orquestra Filarmônica Bachiana, na Sala São Paulo, com 41 músicos. Porém, um dos maiores artistas que o Brasil já viu, apesar de todo sofrimento, não foi esquecido. Em 6 de janeiro de 2007, com sua orquestra, é ovacionado em Nova Iorque, num Carnegie Hall com três mil pessoas, que o aplaudiam de pé por oito minutos. Como não consegue segurar a baqueta e nem virar as partituras, o maestro foi obrigado a decorar dez mil páginas de partituras. Ao final da apresentação, tocou Bach apenas com o polegar.






Fontes:
Agência Indusnet Fiesp – Viviane Souza
 “Trilha Sonora” - Robson Sales.
You Tube


“O amor é meio de o homem se realizar como pessoa!”
Karl Marx
Karl Heinrich Marx, nasceu em Tréveris (antiga Prússia) em 5 de maio de 1818 e faleceu em Londres em 14 de marco de 1883. Foi um intelectual e revolucionário, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Biologia, Economia, Teologia, Administração, dentre outras. Foi eleito o maior filósofo de todos os tempo.
Karl Marx foi alguém como você: Karl Marx foi o último de sete filhos, de origem judaica de classe média. Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich, ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Ingressou mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito.
Marx casou-se, com Jenny von Westphalen filha de um barão da Prússia com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários. Noivado que foi mantido em sigilo durante anos, pois as famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união.
Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura, Jenny Longuet e Guido, além de um natimorto. Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a que a família estava submetida.  Marx também teve um filho nascido de sua relação amorosa com uma militante socialista.
Marx viveu confortavelmente com a renda oriunda de seus trabalhos, seu salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada por seu pai.  Entretanto, em 1849, Marx e sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo francês proibiu-os de fixar residência em seu território. Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por amigos conseguem migrar para Londres onde fixaram residência definitiva.
Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleurisia que causaram o seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apártida em Londres.
Durante a vida de Marx, suas ideias receberam pouca atenção de outros estudiosos. Talvez o maior interesse tenha se verificado na Rússia, onde, em 1873, foi publicada a primeira tradução do Tomo I d' O Capital. Na Alemanha, a teoria de Marx foi ignorada durante bastante tempo, até que em 1879 um alemão estudioso da Economia Política, Adolph Wagner, comentou o trabalho de Marx ao longo de uma obra intitulada Allgemeine oder theoretische Volkswirthschaftslehre. A partir de então, os escritos de Marx começaram a atrair cada vez mais atenção.
Marx foi herdeiro da filosofia alemã, considerado ao lado de Kant e Hegel um de seus grandes representantes. Foi um dos maiores (para muitos, o maior) pensadores de todos os tempos, tendo uma produção teórica com a extensão e densidade de um Aristóteles, de quem era um admirador.


"Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir." 
Albert Einstein


Albert Einstein, o mais célebre cientista do século 20, foi o físico que propôs a teoria da relatividade. Ganhou o Prêmio Nobel de física de 1921. Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências.

Einstein foi alguém como você: nasceu na Alemanha em uma família judaica não-observante. Seus pais, Hermann Einstein e Pauline Koch, casaram-se em 1876 e tornaram proprietários de um negócio de penas de colchões.

A vida de Einstein não foi muito fácil. Aos três anos de idade apresentava dificuldades de fala. Sua família teve dificuldades nos negócios, e em 1894 mudaram-se para a Itália, mas Einstein permaneceu em Munique a fim de terminar o ano letivo.
Em 1895, fez exames de admissão à Eidgenössische Technische Hochschule (ETH), em Zurique, mas foi reprovado na parte de humanidades dos exames. Foi então para Aarau, também na Suíça, para terminar a escola secundária. 
Aos 17 anos, renunciou à cidadania alemã, ficando sem pátria por alguns anos.

Em 1903 casou-se com Mileva Maric. Tiveram três filhos: Lieserl, Hans Albert e Eduard. A primeira morreu ainda bebê, o mais velho tornou-se professor de hidráulica na Universidade da Califórnia e o mais jovem, formado em música e literatura, morreu num hospital psiquiátrico suíço.

Entre 1909 e 1913 Einstein lecionou em Berna, Zurique e Praga. Voltou à Alemanha em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou um cargo de pesquisa na Academia Prussiana de Ciências junto com uma cadeira na Universidade de Berlim. Também assumiu a direção do Instituto Wilhelm de Física em Berlim.
Em novembro de 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte o cientista publicou "Fundamento Geral da Teoria da Relatividade".

Em 1919 tornou-se conhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar. 
Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou "Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral".

Em 1933, Hitler chegou ao poder na Alemanha e o cientista foi aconselhado por amigos a deixar o país, renunciando mais uma vez à cidadania alemã.

Em 1941 teve início o Projeto Manhattan, que visava o desenvolvimento da bomba atômica pelos americanos. Einstein não teve participação no projeto. Em 1945, renunciou ao cargo de diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, mas continuou a trabalhar naquela instituição.
A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais "Por Que a Guerra?" (1933), em colaboração com Sigmund Freud; "O Mundo como Eu o Vejo" (1949); e "Meus Últimos Anos" (1950). A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo.

Em 1952, Ben-Gurion, então primeiro-ministro de Israel, convidou Albert Einstein para assumir o cargo de presidente do Estado de Israel. Doente, Einstein recusou. Uma semana antes de sua morte assinou sua última carta, endereçada a Bertrand Russell, concordando em que o seu nome fosse incluído numa petição exortando todas as nações a abandonar as armas nucleares.
Contribuindo para a física no século 20 no âmbito das duas teorias que constituíram seus traços mais peculiares - a dos quanta e da relatividade -, Einstein deu à primeira o elemento essencial de sua concepção do fóton, indispensável para que mais tarde se fundissem, na mecânica ondulatória de Louis de Broglie, a mecânica e o eletromagnetismo. E deu à segunda sua significação completa e universal, que se extrapola dos campos da ciência pura e atinge as múltiplas facetas do conhecimento humano. Saliente-se também que algumas das descobertas de Einstein - como a noção de equivalência entre massa e energia e a do continuum quadridimensional, suscitaram interpretações filosóficas de variadas tendências.


Einstein morreu a 18 de abril de 1955, em Princeton, Nova Jersey, aos 76 anos. Seu corpo foi cremado.





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